Mundo Plus Size

   Vou falar sobre algo que tenho relutado em conversar até com minhas amigas para não criar polêmica.

   O tal meio plus size na moda. Sim o "tal" tem um tom do escárnio, mas ele não vem de mim.

   Há um tempo tive um convite para ser modelo plus size, modelo!? oi!?

   De cara rejeitei o convite : Nãoooo, eu vou emagrecer !!!

   E estava mesmo em busca de voltar ao corpo de antes, entenda-se antes meu único momento magra de verdade na vida rs.

   Cheguei com o pé no centro cirurgico para fazer a cirurgia bariátrica, mas como eu sou chata, durante todo o processo de médicos, exames, palestras, eu pesquisei muitoooo sobre o pós do procedimento, que é pouco falado. Conversei com muita gente e não queria saber apenas "foi ótimo, estou muito feliz" como a maioria responde, mas o que deu errado de verdade. Ouvi muita coisa nem um pouco confortante.

   Dentre tudo, o que mais me marcou foram casos (sim mais de um) que o emagrcimento e a perda de vitaminas foi tanto que faltava força muscular para movimentação física sem auxilio.

   Como assim, eu queria emagrecer para voltar a dançar ! Que medooo !!!

   Conversei com meu psiquiatra (um dos vários médicos que você tem que procurar antes) e pedi mais uma chance. =)

   O medo era tanto que logo no início emagreci 10kg e saí do IMC da cirurgia. rs

   Muita coisa aconteceu, todo um processo para aprender a lidar com o corpo, a mente e muita dor, mas em busca da saúde sempre. E o processo cirurgico não é nem de longe o mais saudável. CERTEZA !

   Bom, o mundo plus size bateu na minha porta outra vez. E agora, já aceitando melhor o "sobrepeso" fui atrás para conhecer mais. Eu disse, sou chata! rs

Buscando, lendo, conversando, conheci o trabalho da Renata Cecilia Poskus Vaz e seu blog Mulherão (Dia de Modelo, FWPS). Fui fazer o teste para o FWPS (evento que aconteceu ontem, inclusive), e lá percebi o quanto o mundo plus size é sério.

   Porque quando o trabalho é bom a gente percebe logo, pelo menos eu que trabalho com eventos há anos noto de cara.

   Não passei no teste, que fique bem claro, e achei isso ótimo. Qualquer trabalho exige uma preparação e eu fui atrás da minha e pesquisar muito faz parte.

   Mas vamos ao que interessa, o que vejo por aí.

   Resolvi escrever aqui, porque é minha opinião e esse espaço é meu ok?! rs E eu não faço média com ninguém e quem me conhece sabe!

   Do mesmo jeito que conheci o trabalho sério da Renata, conheci outras pessoas achando que estão trabalhando em prol do mundo plus size, mas estão é nadando contra, pra mim isso ficou claro. Mas até aí esse tipo de coisa tem em todas as profissões certo!?

   Mas nesse ramo da moda é bem complicado, pois tem que lidar com o preconceito!

Moda nada mais é que a tendência da atualidade, voltada para o consumo. Um mercado que mostra os diversos estilos e influências. Tá aí desde sempre acompanhando o vestuário e o passar do tempo, e vai além do simples vestir do dia a dia, abrange mais, é um trabalho político, social, sociológico.

   Como o vestuário é um mercado ele quer nada mais que vender seu produto, aí entra a mercadologia (o famoso marketing) buscando estratégias, o saber vender, o glamourrrr rsrs.

Uma modelo, querendo ou não, é um objeto que apresenta a criação para o mercado, para quem vai consumir e um desfile é uma vitrine, acima de tudo, um mundo de negócios e interesses.

   O mundo dá moda que conhecemos é bem cruel, mas roupa todo mundo usa, tenha estilo ou não, seja magro ou não. rs

   Aí vejo um problema maior, porque já é implícito nas pessoas que gordos vestem qualquer coisa, depois emagrece e aí sim se veste de verdade. =/

   Tá, e quem quer estar gordo, quem se aceitou acima do peso (ou não), não merece escolher? Estar bonita? Ter estilo? Estar na MODA ?

   Alguém tem que produzir roupa pra essas pessoas (que não são poucas) no Brasil. E isso é um mercado próspero, que pode ser feito com estilo, ser de moda. Deveria ser uma extensão do outro, mas ainda é uma moda a parte, a moda plus size.

   E se a moda plus size precisa ser apresentada ao público, que seja com estilo, classe, festa (por que não?!), de maneira séria, para as empresas que entenderam essa necessidade poderem trabalhar de verdade.

   Entenda-se um desfile, grifes e modelos !

   Aí começa que você encontra as modelos plus size tamanho 40/42 (plus aonde meu Deus !?!?!), o que já é um começo, mas não é o ideal. Mas quem vai apresentar as roupas, modelo tamanho 34? ¬ ¬

   Eu não compraria uma roupa linda vestida em uma mulher magérrima com uma plaquinha "temos tamanho maiores". Fala sério, eu preciso ver outra mulher (manequim maior) vestindo para ver se fica bem nela, aí sim eu darei um certo crédito a marca para comprar pra mim também. Isso não é óbvio !?!?!?

   Mas e o preconceito !?!? O medo de colocar sua marca cara a tapa e não ser levado a sério.

   O FWPS faz isso muito bem feito, por isso esse evento cresceu tanto em tão pouco tempo e vem ganhando espaço e respeito na imprensa e na moda. Abriu portas literalmente para um pouco mais de respeito e opções em roupas para nós, mulheres grandes e com bom gosto. rs

   Só que uma coisa me deixou puta hoje...

   Você pode gostar de verde e roxo e eu de amarelo e azul, mas se o seu trabalho é esse não coloque seu gosto pessoal, ou preconceito pessoal, na frente de tudo. Não é profissional !

   Essa matéria sobre o evento - Moda GG - no site IG, começou muito bem, admitindo que é preciso uma moda mais ampla. Porém achei que o preconceito ficou estampado !

   Começo lendo "Na ânsia de fazer “moda”, a maioria das grifes acaba misturando tendências, referências e conceitos." - o que já me deixou claro um certo desdém =/

   E lendo os comentários nas fotos fiquei ainda mais irritada... "E ninguém tem medo de braço roliço" me lembrou comentários como: Nossaaaa com esse braço gordo e de regata !

   Quer ser chique morre de calor benhê ! Veste preto, reto, básico, coloca decotão e empapela a cara de maquiagem.

   Isso NÃO é levar a sério !!!!! Meu modo de ver, ok?

   Mas pior que falar qualquer coisa é não falar, então ponto pro evento que gerou bastante repercussão na mídia. =)

   Porém não culpo apenas os jornalistas e mundo fhashionista e a população do mundo pela dificuldade em aceitar o novo.

   Eu sei que deve ser dificil para quem produz moda plus size passar a ser fashion do dia pra noite e assim saber escolher que caminho seguir, ser chique, atender ao público alvo e fazer a diferença.

   Classe na moda é fundamental, então não achem que é oba oba e botem tudo a perder, assim como qualquer magra com foto sexy não é modelo e até um desfile de mulheres magras também pode ser feio.

   O que noto é que se abriu uma porta para a gordinha sexy (um pulo e ficou vulgar), descolada, escrachada, chutou o balde e já era.

   Excesso é cruel no gordo ou no magro !

   O FWPS é uma vitrine, acima de tudo. Uma vitrine para o mundo, uma barreira para a discriminação.

   O trabalho da Renata - isso envolve seu gosto pessoal e visão de negócios, claro - é muito bom !

   Então ao invés de bater de frente, tente seguir outro caminho, copie o bom gosto dela rs siga esse caminho e acrescente, divulgue com estilo.

   Acho delicado um mundo fashion tão novinho já ter tanto ego envolvido.

   Só assim o mercado plus size pode ser um meio levado a sério !

*** NÃO SOU AMIGA DA RENATA, nem trabalho para ela, nunca fiz nada com ela. rs

Só escrevi o que vi nesse pouco tempo e penso cá com os meus botões =P

Para ilustrar...

Mayara Russi, a modelo com um dos maiores manequim que vi (não é 40/42) e mais linda também.
Ela pode vestir o que for que vai ficar belissíma eu vou querer vestir também. kkkk
É assim que deve funcionar não é !?

Beijos =)